MARILU DIEZ LISBOA é psicóloga clínica e social, com formação e especialização em Psicoterapia de Orientação Analítica, Psicodrama e Orientação Profissional e de Carreira.
Desenvolveu seus estudos de graduação no curso de Psicologia da PUCRS e os expandiu na PUCSP, junto ao Departamento de Estudos Pós-graduados em Psicologia Social, onde obteve os títulos de mestre e doutora. Seus temas de pesquisa se desenvolveram na área do conhecimento da Orientação Profissional, numa concepção ampla e abrangente e tendo como base a relação ser humano trabalho.
Sua formação como psicóloga clínica se iniciou desde o curso de graduação, quando estagiou por seis anos (ingressando no primeiro ano da faculdade) no Instituto Psiquiátrico Forense de Porto Alegre, Manicômio Judiciário, assumindo funções desde atendente psiquiátrico e, posteriormente, cumprindo no local com os estágios de psicopatologia e psicologia clínica, além da permanência por um tempo mais curto como psicóloga clínica, já formada.
Foi por meio dessa experiência com a doença mental grave e com delito, que passou a ter uma visão profunda e consistente sobre a que ponto a saúde mental dos seres humanos pode ser afetada e transformada em doença, como psicoses e esquizofrenias, além de neuroses e distúrbios mais leves observáveis na convivência do cotidiano. No entanto, ao mesmo tempo em que convivia com essa realidade, ao cumprir com estágios em outras áreas da psicologia, pode observar como em níveis mais leves a doença mental também pode se instaurar na vida adulta por meio do exercício do trabalho. E foi por este caminho que, já como psicóloga em organizações de trabalho, pode confirmar que na vida adulta distúrbios e doenças mentais de cunho emocional se instauram pelo trabalho quando realizado em contraposição aos desejos, motivações, inclinações e tantos outros fatores determinantes de insatisfações das pessoas no exercício de suas profissões. Considerando que o trabalho caracteriza o adulto como tal, responsável por sua própria vida e quando da constituição de sua família, no seu sustento em todos os sentidos, na verdade este se caracteriza como um pilar fundamental, inclusive na constituição da identidade do ser adulto.
Tendo realizado durante a faculdade o estágio em psicologia escolar, que incluía o trabalho com Orientação Vocacional, denominação dada à época, compreendeu que esta área, exercida junto a jovens estudantes realizando a sua escolha de um futuro profissional, poderia funcionar como prevenção de doenças futuras pela via do trabalho. Estas, adquiridas por insatisfações, frustrações e incompatibilidades pessoais com o exercício das profissões assumidas futuramente. E, assim, deu início aos seus estudos específicos sobre Orientação Vocacional e Profissional, inicialmente se especializando e, mais tarde, pesquisando em nível de mestrado e doutorado sobre a área e, na sequência, realizando dois pós-doutorados na mesma linha de pesquisas, sendo um em Sociologia e o último em Educação.
Paralelamente, fundou em 1993 o INSTITUTO DO SER – Orientação Profissional, e no mesmo ano, o já constituído Instituto fundou a Associação Brasileira de Orientadores Profissionais – ABOP, hoje denominada Associação Brasileira de Orientação Profissional e de Carreira – ABRAOPC. Esta iniciativa teve parceria com o Serviço de Orientação Profissional – SOP – da UFRGS, na pessoa da colega Maria Célia Lassance. Como presidente fundadora, Marilu desempenhou o primeiro mandato, mais tarde ocupando o cargo de vice-presidente e, atualmente, integrando o quadro de conselheiros.
No INSTITUTO DO SER – OPC desempenha atualmente o cargo de diretora e coordenadora de cursos, se ocupando também de atendimentos em OPC e assessorias a instituições de trabalho e educação. Desempenha também a função de professora e coordenadora do Curso de Formação em OPC, por ela idealizado e oferecido a partir do ano de 1996. Este tem como objetivo formar profissionais com capacidade para perceber, com profundidade e de forma analítica, sobre a situação interna e contextual dos seus orientandos, capacitando profissionais de nível superior a desempenharem o papel de orientadores profissionais dentro de suas competências de formação, como psicólogos, pedagogos, educadores, profissionais de RH e outros, interessados em trabalhar a relação ser humano trabalho. Concebido em 1996 e oferecido até 2019 no modo presencial, até esta data contou com a parceria da colega Dulce Helena Penna Soares, professora da disciplina de OPC e fundadora do Laboratório de Informação e Orientação Profissional – LIOP – da UFSC. Nas diversas regiões do Brasil o curso foi ministrado quando presencialmente por Marilu e Dulce, a partir do estabelecimento de parcerias com colegas dessas regiões. A partir de 2020 o curso passa a ser oferecido no modo virtual, assim idealizado e implantado por Marilu, quando foram introduzidas colegas convidadas como docentes, significando uma ampliação dos conteúdos e da capilarização ainda maior pelo país, visto acontecer na forma online.
Casada e mãe de dois filhos Marilu sempre zelou pela integração da vida pessoal com a profissional, buscando equilíbrio e harmonia ao se dedicar aos diferentes papeis com mesma intensidade em atenção, profundidade e cuidado. Ao mesmo tempo procurou integrar nos seus estudos a preocupação com as questões do coletivo, referentes à sociedade tal como foi e continua se constituindo, no que se destaca e é reconhecida, imprimindo em seu trabalho uma característica pessoal: a da preocupação e o compromisso com a sociedade nos movimentos ligados às suas vivências pessoais e no desempenho do trabalho, baseada em sua visão de mundo, de ser humano e de humanidade. Não por acaso que escolheu a psicologia social para o desenvolvimento dos seus estudos e pesquisas nos níveis stricto sensu e como estudos /pesquisas de pós-doutoramento.
Por ocasião da comemoração dos 60 anos do reconhecimento da profissão de Psicólogo no Brasil, em 2018, Marilu foi homenageada pelo Conselho Federal de Psicologia, em sua sede em Brasília, por sua atuação na área da OPC, como pioneira e, também, fundadora da ABOP.
Sobre sua carreira no momento atual, Marilu permanece dedicada a atualizar permanentemente o seu conhecimento, o que durante sua trajetória profissional procurou sempre exercer, fato que na prática se traduziu em compatibilidade com a docência no nível superior por ela desempenhada em diversas instituições, com destaque para o seu trabalho no Uni-FACEF, Centro Universitário de Franca, no estado de São Paulo, onde implantou lecionou e coordenou o curso de Psicologia; e na UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense, como professora doutora no mestrado em educação. O mesmo ocorrendo como idealizadora e coordenadora do Curso de Formação em OPC do INSTITUTO DO SER – Orientação Profissional, acima exposto detalhadamente. Atualmente, com o advento do ensino à distância, dá início ao lançamento de cursos de Introdução e Atualização na área da OPC e, em parcerias com colegas, em áreas afins.
Paralelamente à dedicação à OPC Marilu prestou serviços como consultora e professora em projetos de desenvolvimento de pessoas junto a instituições públicas federais, contratada pela ESAF – Escola Superior de Administração Fazendária (Brasília), desde 1982 até o início dos anos 2000 e, até 2019, foi contratada por instituições públicas estaduais, no estado de Santa Catarina, (No currículo Lattes consta a relação de órgãos públicos onde prestou serviços).
Como estudiosa e dedicada ao ensino e pesquisa, publicou capítulos e organizou livros editados no Brasil. E participou, além de também ter organizado e promovido pelo INSTITUTO DO SER – Orientação Profissional, de inúmeros congressos e eventos como palestrante convidada, bem como participando de mesas redondas e apresentações orais, com publicações em anais dos eventos.
Este se constitui num resumo da trajetória profissional de Marilu, sendo que no seu currículo Lattes consta em detalhes sobre o seu desempenho profissional.